Trapézio


Escrito por: Daniela Helena Calça
Licenciada em educação física pela Faculdade de Educação Física da UNICAMP
Marco Antônio Coelho Bortoleto
Doutor e Prof. da Faculdade de Educação Fisica da UNICaMP

Segundo alguns relatos, as modalidades aéreas são aquelas que permitem exibições aéreas, ou seja, sem contato direto ou duradouro do artista com o solo. É provável que este tipo de prática tenha surgido a partir do aprimoramento das técnicas utilizadas para fuga na China, há milhares de anos, especialmente pelas mulheres que tentavam escapar dos refúgios e prisões que impunha o estrito regime político da época. Além disso, o domínio das cordas e de outros elementos que permitiam subir e descer de alturas foi de grande interesse para a guerra, e, portanto, uma técnica necessária e freqüentemente estudada e empregada pelos soldados (parte do adestramento militar). Sabe-se ainda que, já no Renascimento, os artistas mambembes utilizavam aparelhos semelhantes ao trapézio, possivelmente as primeiras versões do mesmo.

Também existe a hipótese de que estas práticas tenham surgido a partir dos marinheiros que, com muito tempo no mar e vasta experiência com as cordas e mastros, desenvolveram técnicas que depois puderam ser utilizadas nas apresentações. As técnicas de nós e amarrações dos marinheiros, muito semelhantes à dos artistas, são indicadores desta teoria, conforme relatou Rodrigo Matheus1.
Uma das mais importantes contribuições para o desenvolvimento do trapézio, em particular para a modalidade de trapézio ao vôo, foi realizada pelo acrobata francês Jules Léotard (Kissel, 2007). Segundo a wikipedia,

Jules Léotard (1839 – 1870), est probablement né en 1837 à Toulouse, c’est lui qui en 1867 à inspiré la chanson The Daring Young Man on the Flying Trapeze grâce à son invention : le Trapèze volant! C’était (dani, pelo que sei de francês, é était e não étaite, confirme a fonte) le fils d’un proffesseur d’acrobaties. Il rejoigit le 12 novembre 1859 le Cirque Napoléon (devenu maintenant le Cirque d’Hiver de Paris) où il fit sa première apparition publique au Trapèze volant. Il exécuta un saut périlleux et le premier passage en “trapèze-trapèze”. C’est aussi à lui que nous devons le léotard, maillot qu’il a inventé pour laisser le corps libre de ses mouvements et faire apparaître sa musculature. Fonte: www.wikipedica.org (12/03/07).

No entanto, não há registros precisos de quem inventou, nem de onde surgiram as primeiras experiências artísticas com o trapézio, tampouco de como ele foi introduzido no contexto circense. Contudo, podemos dizer que o desejo e a fantasia de “voar”, cultivados pelo homem, foram determinantes para o surgimento do trapézio (DALMAU, 1947).

A modalidade de áereo mais antiga que se tem informação é o trapézio (ORFEI, 1996). Parece que foi a partir dela que surgiu a maior parte dos aparelhos empregados nas performances circenses aéreas, possivelmente existam dezenas de variações de cada modalidade aérea, as principais do trapézio são: Trapézio Fixo, Trapézio de Balanço, Doble Trapézio, Trapézio ao vôo, Trapézio duplo/Triplo, Trapézio Wasinton, que diferenciam no formato e tamanho do aparelho e nas acrobacias realizadas individualmente, em dupla, com portagem, em balanço, com voô, dentre outras.

O artigo: O Trapézio Circense: estudo das diferentes modalidades, publicado na revista digital (www.efdeportes.com) – Buenos Aires ano12 nº 109 em junho de 2007, faz um estudo mais detalhado sobre as modalidades do trapézio.

Referências Bilbiográficas:
CALÇA, D. H., BORTOLETO, M. A. C.. O trapézio circense: estudo das diferentes modalidades. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10 nº 109, junho 2007. (www.efdeportes.com)
DALMAU, A. R.. El Circo en la vida Barcelonesa: crónica anecdótica de cien años circenses. Ed. Milla, Barcelona, 1947.
KISSEL, Joe. The Trapeze: How Jules Léotard revolutionized the circus. Disponível em: http://itotd.com/articles/366/the-trapeze/ [09-01-07]
ORFEI, A. O Circo viverá. São Paulo: Ed. Mercuryo, 1996.

1 Algumas das informações que compõem este artigo foram obtidas a partir do relato de experiência de dois artistas tradicionais de circo (Marion Brede, artista alemã radicada no Brasil e seu filho, Alex Brede, quinta e quarta geração circense respectivamente) e da consulta a outros dois especialistas em circo: Rodrigo Matheus, coordenador do Centro de Formação Profissional em Artes Circenses (CEFAC – São Paulo – Brasil) e Gustavo Arruda de Carvalho (Professor da Escola de Circo Rogelio Rivel – Barcelona e artista da Cia Los Gingers, Espanha).

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